3 filmes de vampir@s

Os vampiros e o cinema andam de mãos dadas há quase um século. Nosferatu (1922), foi provavelmente o primeiro filme a retratar uma visão dos vampiros explorada até os dias de hoje. Apesar de ser baseado no livro “Drácula” (1897), do britânico Bram Stoker, o diretor F. W. Murnau não pôde usar esse nome por não ter os direitos sobre a obra, chamando seu protagonista de Conde Orlok. Desde então, o personagem teve inúmeros intérpretes ao longos dos anos, sendo Bela Lugosi (na versão de 1931), Christopher Lee (na de 1958) e Gary Oldman (em 1992), os mais conhecidos.

Mas felizmente, nem só de Drácula vive o cinema. Ainda que em sua forma e mitologia o universo vampiresco já esteja bem definido, volta e meia aparecem produções que mexem com esse sub-gênero, gerando um novo interesse pelo tema.

Apesar do interesse pelo tema ter tido um boom no final da década passada, com as séries True Blood (2008) e Vampire Diaries (2009), sem mencionar o enorme sucesso financeiro da saga (tsc) Crepúsculo, poucas obras realmente saltam à memória, como acontece com Deixa Ela Entrar (2008), Amantes Eternos (2013) e Garota Sombria Caminha pela Noite (2014). 

Infelizmente, não é possível encontrar todos os títulos nos serviços de streaming, mas separei três ótimas opções fáceis de encontrar:

 

Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive – Jim Jarmusch, 2013) – disponível na Amazon Prime Video

O filme começa com a canção “Funnel of Love” (Wanda Jackson, 1961), que canta “Minha cabeça está girando, E eu estou mergulhando dentro desse funil de amor”, preparando o terreno para acompanharmos o relacionamento secular da vampira Eve (Tilda Swinton) e do vampiro Adam (Tom Hiddleston), que moram em continentes diferentes, derrubando a crença de que relacionamentos à distância não dão certo (uhum).

Eve mora no Marrocos, mas decide viajar para Detroit depois de uma ligação de Adam, que parece mostrar alguns sinais de cansaço com a imortalidade.

O diretor Jim Jarmusch, um dos grande expoentes do cinema independente norte-americano, filma essa história de amor na atualidade, contando com vampiros impulsivos e em depressão, uma Detroit melancolicamente em ruínas, muita música boa e shots de sangue salientados pelos rostos pálidos desses vampiros roqueiros.

Assista com o volume alto.

 

Drácula (Bram Stoker’s Dracula – Francis Ford Coppola, 1992) – disponível no HBOGO

Quando eu era criança, lembro de ficar acordado até muito tarde só para ver esse filme, e depois passar a noite em claro com medo do que tinha visto.

É incrível como certos filmes causam uma impressão tão forte em nós, assim como é difícil que tais filmes continuem exercendo esse fascínio quando os revisitamos anos depois.

Drácula é um ótimo exemplo disso. Feito na época como uma espécie de homenagem aos filmes antigos, a produção é de um primor técnico que impressiona até hoje, e provavelmente a versão cinematográfica mais fiel ao livro de Bram Stoker.

No filme, Jonathan Harker (Keanu Reeves) se despede de sua noiva Wilhelmina Murray (Winona Ryder) e parte em viagem ao castelo do Conde Drácula (um impressionante Gary Oldman), que pretende comprar propriedades em Londres através do escritório para o qual Jonathan trabalha. Ao chegar no castelo, ele percebe que os planos do Conde não são exatamente de cunho imobiliário.

Apesar das boas atuações, a principal atração do longa continua sendo o seu visual gótico erótico, tendo vencido nas categorias de melhor figurino, melhores efeitos sonoros e melhor maquiagem, além de ter sido indicado na categoria de melhor direção de arte no Oscar em 1993.

 

Byzantium (Neil Jordan, 2012) – disponível na Netflix

Quase 20 anos depois de dirigir Entrevista com Vampiro (1994), baseado nos populares livros de Anne Rice, Neil Jordan resolveu se arriscar novamente dentro do tema, adaptando a peça “A Vampire Story” de Moira Buffini, também roteirista do filme.

Dessa vez não temos o elenco estelar de 1994, que incluía Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas e uma Kirsten Dunst em início de carreira, mas o filme nos ganha pelo ponto de vista original da história.

Tendo como protagonistas duas vampiras, Eleanor (Saoirse Ronan) e Clara (Gemma Arterton), que se refugiam em uma cidade litorânea na costa da Irlanda nos dias de hoje, o diretor intercala passado e presente e se beneficia de elementos da história que fogem um pouco do que estamos acostumados a ver nesse tipo de filme. As protagonistas não são afetadas pela luz do sol e não possuem presas, tendo que matar suas vítimas de outra maneira.

Byzantium se propõe como uma espécie de anti-Drácula, e tenta imprimir uma luta feminista às suas heroínas, ainda que no final só consiga digerir uma parte do que abocanhou. 

 

Existe algum tema que você quer ver por aqui? Me conta!

Até semana que vem 🙂

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