A AIDS e o Cinema
No começo dos anos 80 uma palavra começou a se espalhar como fogo em palha, deixando o mundo todo em apreensão: a Aids, que em determinado momento foi chamada de ´câncer gay´ e ´peste gay´, criando um estigma para a comunidade LGBTQIA+ tão ou mais danoso do que a própria doença, e que dura até hoje.
De lá pra cá já tivemos muitos avanços no que diz respeito à manutenção da vida para pessoas com HIV, reduzindo o vírus a níveis indetectáveis e sem a capacidade de transmissão, mas ainda existe um longo caminho a percorrer no que se refere à educação sexual segura e a quebra do tabu em torno da soropositividade.
A maioria das pessoas que vivem com HIV e AIDS no Brasil já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas segundo um estudo feito com 1.784 pessoas, em sete capitais brasileiras, entre abril e agosto de 2019. Os dados fazem parte do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS – Brasil.
Ao longo de 4 décadas muitos filmes e séries foram feitos sobre o tema, e podemos assistir muitos deles hoje em dia com um olhar mais crítico, mesmo levando em conta que a maioria foi e continua sendo importante para gerar discussões e um maior esclarecimento sobre a vida com HIV.
Separamos 10 deles para você assistir nesse Mês do Orgulho LGBTQIA+:
COLÍRIO
Com a triste notícia de que o Roxy, um dos cinemas de rua mais tradicionais do Rio de Janeiro, fechou suas portas de vez e está à venda, lembramos com muita nostalgia algumas fachadas desses templos de cultura cada vez mais raros, e como alguns deles ainda resistem bravamente.
Neste livro, Amara Moira, João W. Nery, Márcia Rocha e T. Brant – todes pessoas trans – relatam, em depoimentos intensos, urgentes e necessários, o momento no qual percebem que havia algo diferente com seus corpos, sobre o sentimento de inadequação perante os padrões exigidos pela sociedade, sobre os preconceitos e as dores vividos dentro e fora da família, sobre o momento de transição e da liberdade sentida por esta decisão. Em cada um dos relatos individuais, elus contam suas histórias de vida, de luta e militância – constante e diariamente –, a fim de reafirmar o direito ao nome, ao corpo e à existência plena.
A Festa do Cinema Italiano acontece pelo segundo ano consecutivo de forma online e gratuita, dentro da plataforma Looke.
Esse ano serão 11 filmes inéditos, 2 deles em pré-estreia, cada um disponível por dois dias e todo dia dois novos filmes para acompanhar (pausa para respirar). Isso tudo entre os dias 17 e 27 de junho.
A Festa ainda fará uma homenagem à diretora Alice Rohrwacher dentro da Mostra Foco, com quatro filmes maravilhosos que estarão disponíveis durante todo o tempo dessa grande celebração do cinema italiano!
Acesse o site oficial para mais informações.
A campanha de financiamento coletivo do Cine Marquise continua. Aos poucos, vamos reunindo um grupo incrível de cinéfilos que também quer fazer parte deste sonho: trazer de volta um dos cinemas mais queridos dos paulistanos. Acesse e saiba mais clicando aqui. São recompensas que vão desde pacote de ingressos até ter o seu nome eternizado na parede do cinema!
A segunda edição do concurso Mr. Leather Brasil está sendo disputada por Dom PC, Kake, Deh Leather, Maoriguy. O vencedor vai receber a faixa pelas mãos de Dom Barbudo, o primeiro Mr. Leather do país, e terá como tarefa divulgar a cultura do couro durante o próximo ano. O concurso está mexendo com os ânimos da comunidade fetichista gay de São Paulo. Direção de Daniel Nolasco.
Mr. Leather está disponível nas plataformas digitais. Assista!
Encerramos com as palavras de Marsha P. Johnson, travesti, drag queen e ativista, ela foi figura chave na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+:
“Não haverá orgulho para alguns de nós enquanto não houver liberdade para todos nós.”
Boa semana, usem máscara e cuidem-se.