Não sei se ainda existe algo a ser dito sobre um filme como Blade Runner, uma das obras mais influentes do cinema, mas revendo-o à luz dos seus 40 anos de lançamento, não poderia deixar de comemorar esse aniversário apontando algumas curiosidades que talvez nem todes saibam.
O ano de lançamento do filme é considerado um dos mais importantes para o cinema fantástico e nos trouxe pérolas como A Marca da Pantera, Conan, o Bárbaro, Mad Max 2: A Caçada Continua, Poltergeist, Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan, E.T – O Extraterrestre, O Enigma de Outro Mundo, Tron: Uma Odisséia Eletrônica e O Cristal Encantado. Que ano!
Quando lançado, o filme não foi bem recebido pelo público nem pela crítica, sendo considerado uma espécie de fracasso para a Warner Bros.
Blade Runner foi inspirado na obra literária de Philip K. Dick “Andróides sonham com Ovelhas Elétricas?”.
O termo “Replicantes” nunca foi utilizado no livro. Nele, as máquinas são chamadas apenas de andróides ou droides.
O celebrado escritor assistiu somente vinte minutos do filme antes de falecer no dia 02 de março de 1982. Ainda assim, ele ficou extremamente impressionado com a obra.
O preciosismo de Scott fez com que o orçamento do filme ultrapassasse em 10% da previsão inicial, levando o estúdio a assumir a direção criativa do filme e dispensar o diretor.
A decisão do estúdio em tirar a decisão criativa das mãos de Ridley Scott acabou sendo uma das principais responsáveis por colocar nos cinemas a “primeira versão” de Blade Runner, que possui uma narração completamente desnecessária (e contraditória) do protagonista e uma tentativa esdrúxula de final feliz.
Existem várias versões desse filme: (1) a oficial, lançada nos cinemas em 1982, com 116 minutos; (2) a internacional, lançada no resto do mundo em 1982, com 117 minutos; (3) a versão para a TV, exibida em 1986, com 114 minutos; (4), a versão do diretor, que na verdade teve pouquíssima participação do mesmo, feita em 1992, cuja principal mudança em relação às anteriores é a ausência de narração do protagonista, com 116 minutos; (5) e o corte final, lançada em 2007, com cenas estendidas, com 117 minutos. Esse último corte foi supervisionado pelo próprio Scott e é considerado a melhor versão do filme. Pelo menos por enquanto.
Apesar dessa pergunta já ter sido respondida de forma bastante satisfatória na ótima continuação de 2017 (Blade Runner 2049), Harrison Ford ainda insiste em defender o contrário. Afinal de contas, Deckard é ou não é um replicante?
INDICAÇÃO DA SEMANA // LIVRO ONDAS SÍSMICAS
Quantas artistas brasileiras você conhece?
“Ondas Sísmicas: 90 Discos de Cantoras Brasileiras do Século XXI” é o mais abrangente documento dedicado exclusivamente à música feita por mulheres em nosso país. Em formato de guia, o autor Gabriel Bernini elenca os álbuns essenciais lançados por cantoras entre 2003 e 2020, num rico e variado apanhado para quem quer descobrir — ou revisitar — a produção contemporânea da música brasileira. Ilustrações de Lola Nankin.
Gabriel lançou o livro “Ondas Sísmicas: 90 Discos de Cantoras Brasileiras do Século XXI” pela editora paranaense Barbante, depois de uma campanha de crowdfunding muito bem sucedida. O livro é inspirado em sua própria pesquisa e coleção de vinis voltada à artistas femininas.
Ele também é responsável por criar o grupo Amigues do Vinil no Facebook – a primeira comunidade inclusiva para colecionadores de vinil LGBTQIA+ no Brasil – e pelo podcast de mesmo nome.
FIQUE DE OLHO
Fantaspoa
Após dois anos com programação online, o Fantaspoa volta às salas de cinema com mais de 30 estreias. O festival é o maior da América Latina dedicado a filmes de gênero fantástico e também poderá ser acompanhado de forma online através das plataformas Darkflix e Würlak.
Imagem do filme Duas Bruxas (Pierre Tsigaridis, 2021)
48º Festival Melhores Filmes do CineSESC
O 48° Festival Sesc Melhores Filmes, além de uma programação incrível e diversa no cinema presencial, também conta este ano com uma seleção imperdível dentro da plataforma Sesc Digital, com exibição gratuita de títulos que marcaram o ano no Brasil e no estrangeiro.
Das 15 produções selecionadas para a plataforma, seis estarão disponíveis por tempo limitado, ficando entre 24 a 48 horas no site durante os 22 dias de programação.
Os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2022 finalmente foram anunciados e já estamos salivando por aqui.
Um dos mais importantes festivais do mundo, que acontece entre 17 e 28 de maio, trará os novos trabalhos de diretores e diretoras consagrades como David Cronenberg, Claire Denis, Arnaud Desplechin, Jean-Pierre & Luc Dardenne, James Gray, Cristian Mungiu, Park Chan-Wook, Kelly Reichardt e George Miller, apenas para citar alguns.
Imagem do filme Crimes of the Future (David Cronenberg, 2022)
Também foi lançado o trailer para um dos filmes mais aguardados que concorrem à Palma de Ouro. O novo trabalho de David Cronenberg parece perturbador e de certa forma um retorno aos seus filmes de body horror como “A Mosca” e “Scanners”.
Assista aqui:
CINEMA EM CASA // SESSÃO DUPLA
Alguns filmes conversam entre si, seja pela temática, pela forma como abordam determinado assunto, ou até pela presença de um mesmo ator ou atriz em ambos os filmes, e às vezes essa relação é ainda mais direta, como no caso de obras originais e seus remakes.
Aqui na Sessão Dupla vamos sempre indicar dois filmes para você assistir na sequência, com aquela pausa marota para comer algo. Afinal de contas, não são só séries que a gente pode maratonar.
Asako I & II (Ryûsuke Hamaguchi, 2018) – está disponível na Mubi, iTunes, Looke e Google Play
Roda do Destino (Ryûsuke Hamaguchi, 2021) – está disponível no Belas Artes à La Carte e NOW
FILMES OLHAR
Estreou no último 7 de abril O filme “A Mesma Parte de um Homem” de Ana Johann, protagonizado por Clarissa Kiste e Irandhir Santos. O longa premiado que já passou por diversos festivais, incluindo a “Mostra de Cinema Tiradentes” e o “RIFF – Rome Independent Film Festival”, está sendo exibido em salas de cinema selecionadas e na plataforma online OlharPlay.
Sinopse: Renata vive isolada no interior com sua filha adolescente e seu marido, compreendendo o medo como um sentimento comum. A chegada de um desconhecido desperta nela o desejo por tudo o que estava adormecido.
Encerramos com as palavras da atriz Ariana DeBose, que venceu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante e deu um discurso emocionante. Uma das frases ditas por ela não se refere apenas ao fato dela ser mulher, mas também por ser queer e afro-latina:
“Há realmente um lugar para nós.”
O que a Ariana coloca como uma afirmação, nós colocamos como um desejo: que em algum momento realmente haja um lugar para nós todes nos expressarmos e vivermos de forma digna, sem medo e sem violência, um lugar onde sonhar seja possível.
Plot Twist é Sempre Bom? Um dos termos que mais escutamos por aí quando as pessoas falam de filmes e séries é o tal do plot twist, que mesmo sem ainda ter
Os 40 anos de Blade Runner Não sei se ainda existe algo a ser dito sobre um filme como Blade Runner, uma das obras mais influentes do cinema, mas revendo-o à
A Força da Representatividade Assim como acontece com outras deficiências, as Pessoas com Deficiência Auditiva (PcDA) ainda são pouco retratadas no cinema e em séries de tv, mas aos poucos vemos algumas
Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante. Ao clicar em “ACEITAR”, você concorda com o uso de todos os cookies, termos e políticas do site.
Leia Mais
