Brasil, Portugal. 2024. Drama. Cor. 90 min. [12]
Sinopse /
Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, foi traficada para o Brasil em meados do século XIX. Ao despertar nos dias de hoje, Muanza se depara com um Rio de Janeiro de tempos espiralados, onde figuras do passado e do presente são parte da busca por suas origens no território da cidade. Nesse entrelaçamento de tempos, o filme testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada e os afetos que sustentam as relações de irmandade
Praia Formosa é o último filme da minha trilogia sobre a região portuária. Há 10 anos venho filmando as transformações urbanas em curso na região e investigando os processos de formação da cidade do Rio de Janeiro. Um território em disputa desde que se tem notícia e que evidencia em seu tecido urbano as bases coloniais e exploratórias nas quais a sociedade se organiza até hoje. Uma pesquisa que se inicia de forma documental e histórica e que, pouco a pouco, vai ganhando ares ficcionais a partir dos encontros, contribuições e fabulações coletivas.
O filme surge de um desejo de investigação sobre o lugar onde nasci e cresci, uma busca por entender a cidade para além de sua imagem turística vendida como produto de exportação. Para isso era preciso olhar para aquilo que a cidade tenta insistentemente esconder, suas feridas e complexidades que são objetos de apagamentos constantes. A pesquisa, que se inicia a partir de dados históricos, rapidamente esbarra na inexistência das contra-narrativas na história oficial. Era preciso, então, um giro à ficção. E eu, como mulher branca, só poderia fazer isso a partir dos encontros com aqueles que sofrem os apagamentos históricos, mas que resistem a cada dia, e abrem novos caminhos em direção às existências múltiplas e não hegemônicas.
A construção de Muanza em parceria com a atriz portuguesa Lucília Raimundo que, ao fazer uma imersão de três meses no Rio de Janeiro, trouxe à personagem, além de seu corpo, alma e força, a experiência de ser estrangeira e ao mesmo reconhecer-se de forma natural como parte da história negra no Brasil. Mãe Celina de Xangô, importante Mãe de Santo do Candomblé e moradora da região portuária, foi parte da equipe de escavações do Cais do Valongo, identificando os objetos de seus ancestrais encontrados no sítio arqueológico, e emprestou ao filme não só sua história pessoal, como também interpretou a si mesma.
Julia De Simone – Diretora
Praia Formosa se desenvolve entre as liberdades do cinema experimental e o acolhimento materno e generoso destas mulheres que parecem se compreender apenas pelo olhar.
MEIO AMARGO CINE Tweet
Com
Lucília Raimundo, Samira Carvalho, Mãe Celina de Xangô, Maria D’Aires
Direção
Julia De Simone
Produção
Luana Melgaço, Julia De Simone, Filipa Reis
Roteiro
Aline Portugal, Julia De Simone, Mariana Luiza
Fotografia
Flávio Rebouças
Direção de Arte
Ana Paula Cardoso
Figurino
Diana Moreira
Som direto
Marina D’Ávila
Preparação de Elenco
Marcelo Grabowsky
Direção de movimento e preparação corporal
Flávia Souza
Assistência de Direção
Débora de Oliveira, Marianne Macedo Martins
Pesquisa
Julia De Simone, Mariana Luiza, Milena Manfredini
Produção Executiva
Fernanda Vidigal, Joana Vaz da Silva, Luana Melgaço, Vanessa Santos
Direção de Produção
Sabrina Bitencourt
Montagem
Ricardo Pretti
Pós-produção de Imagem
Andreia Bertini
Pós-produção de Som
Carlos Abreu
Trilha Original
Marco Scarassati
DEIXE SUA MENSAGEM E ENTRAREMOS EM CONTATO O MAIS BREVE POSSÍVEL.
SIGA A OLHAR
Caso precise de alguma outra informação, por favor entre em contato através das nossas redes sociais.
Agora você faz parte de um seleto grupo que recebe as nossas notícias em primeira mão!