Praia Formosa é um filme de longa-metragem comprometido com a expansão dos limites da narrativa cinematográfica. Uma pesquisa sobre território e memória, que amplia as percepções de tempo e espaço na região portuária do Rio de Janeiro. Um filme que constrói uma plasticidade histórica através de memórias híbridas, constituídas por vestígios materiais e imateriais. Uma ficção que se apresenta como possibilidade de preencher algumas lacunas criadas pelo apagamento histórico, colaborando na construção de uma fabulação coletiva.
Pensando nisso, preparamos um material de apoio voltado a estudantes, educadores, ativistas e pessoas interessadas em aprofundar discussões sobre território, memória, identidade, gênero, poder e resistência. A proposta é que ele funcione como um disparador dessas reflexões, relacionando-as com o contexto histórico-social brasileiro e seus impactos na atualidade. Este material pode ser utilizado em escolas, universidades, museus, cineclubes e outros espaços educativos e de encontro — em rodas de conversa, aulas ou grupos de estudo.
Desejamos que a experiência de Praia Formosa multiplique saberes, amplie perspectivas e inspire práticas plurais de existência e pertencimento.
(exibições em escolas, faculdades, coletivos, cineclubes e empresas)
(Assista às conversas com imprensa e equipe do filme aqui.)
(a equipe fala sobre o universo do filme)
(clique nos nomes para saber mais)
A Praia Formosa foi uma praia localizada no bairro de Gamboa, na zona portuária do Rio de Janeiro. Atualmente a praia já não existe mais devido ao aterramento da região. A Praia Formosa ficava no Saco de São Diogo, no Rio de Janeiro, onde hoje está a Rodoviária Novo Rio. A praia foi destruída em 1879 e a área aterrada no século XX.
4Q2R+7F Santo Cristo, Rio de Janeiro – RJ
O Largo da Prainha é uma área histórica no centro do Rio de Janeiro, situada na região da Pequena África, perto da Praça Mauá. É um local de grande importância cultural e histórica, especialmente ligado à herança africana no Brasil. É um dos pontos de referência para entender a influência da cultura africana no samba, pois foi frequentado por personagens icônicos como Tia Ciata, uma das grandes matriarcas do samba.
4R28+W8 Saúde, Rio de Janeiro – RJ
A Pedra do Sal é um dos locais mais tradicionais do samba no Rio de Janeiro. Acredita-se que foi nesse ponto, no final do século XIX e início do século XX, que começaram a se reunir os primeiros grupos de samba, como o Samba de Roda e outros estilos que viriam a dar origem ao samba carioca. Muitos dos pioneiros do samba, como Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, e Tia Ciata, se reuniam ali para tocar, dançar e cantar. A Pedra do Sal era um ponto de encontro de trabalhadores negros que haviam chegado como escravizados ou libertos. Muitas pessoas da comunidade negra se encontravam ali após um longo dia de trabalho, e o local se tornou uma espécie de “ponto de resistência”, onde as manifestações culturais africanas, como o samba, a capoeira e as festas tradicionais, eram celebradas.
4R27+RV Saúde, Rio de Janeiro – RJ
O centro tem como objetivo preservar e divulgar a cultura, história e as contribuições dos afrodescendentes no Brasil. Ele oferece exposições, oficinas, apresentações artísticas e diversas outras atividades que buscam promover o conhecimento sobre a cultura afro-brasileira e sua importância. É gerido por Mãe Celina de Xangô.
https://centroculturalpequenaafrica.wordpress.com/
4R27+Q2 Centro, Rio de Janeiro – RJ
Praia Formosa se dedica à investigação da região do Rio de Janeiro conhecida como Pequena África. O local, tema e palco do desenvolvimento da trama cinematográfica, recebeu este apelido do multi artista Heitor dos Prazeres e compreende os bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e adjacências, na zona portuária da cidade, às margens da baía de Guanabara.
O debate sobre a região está em evidência desde a redescoberta do maior porto de escravizados das Américas. Iniciado em 2011 pela Prefeitura do Rio de Janeiro, o projeto de urbanização “Porto Maravilha” realizou uma série de obras que pretendiam “revitalizar” a região. Durante as obras, foi encontrado e escavado o Cais do Valongo, lugar de entrada de mais de 1 milhão de pessoas africanas traficadas pelo comércio luso-brasileiro de escravizados.
A Pequena África na verdade é uma interpretação cultural da concentração estatística de africanos e seus descendentes que se instalaram naquele território e ali desenvolveram práticas de sobrevivência e articulação social. Na geografia e demais ciências sociais são utilizados alguns conceitos para se referir ao local onde as relações humanas acontecem. No filme, a noção de território é utilizada em conjunto com a perspectiva de espaço. Trazendo uma dimensão que é ao mesmo tempo ampla e assertiva, dando ênfase para a relação física e afetiva dos lugares.
O Museu de História e Cultura Afro-Brasileira é um importante espaço cultural localizado na cidade do Rio de Janeiro, dedicado à preservação e promoção da história, da cultura e das contribuições dos afrodescendentes no Brasil. O museu busca valorizar e divulgar a rica herança afro-brasileira, com foco em exposições, pesquisas e programas educativos que abordam a trajetória da população negra no país.
O MUHCAB é uma instituição que atua no resgate da memória histórica da escravidão, do período pós-abolição e da luta por direitos e reconhecimento da cultura afro-brasileira. Ele oferece uma série de atividades, incluindo exposições permanentes e temporárias, além de ações de sensibilização e inclusão.
O IPN (Instituto de Pesquisa e Memória do Negro) é uma instituição dedicada à preservação da memória e à promoção de estudos sobre a história, a cultura e as contribuições dos negros no Brasil. O IPN realiza pesquisas, desenvolve projetos educativos e culturais, e promove eventos para reforçar a importância da memória afro-brasileira. Ele foi criado a partir da descoberta do Cemitério dos Pretos Novos, que foi um cemitério (ou uma vala comum) construído no século XIX e utilizado para enterrar os corpos de africanos recém-chegados ao Brasil, conhecidos como “pretos novos”. Esses africanos eram, em sua maioria, vítimas do tráfico negreiro, que os trazia ao Brasil como escravizados. O cemitério era destinado a aqueles que faleciam logo após a chegada ao Brasil, sem terem conseguido alcançar uma vida digna ou, muitas vezes, sem nem mesmo conseguir se adaptar à nova realidade. A grande maioria dos enterrados ali não tinha identificação, o que representa a invisibilidade histórica e social dessa população.
https://pretosnovos.com.br/
4R34+HR Gamboa, Rio de Janeiro – RJ